March 2013 – ‘Uma Pedra no Sapato’
CASO CLÍNICO Mulher de 49 anos sem antecedentes patológicos relevantes, com quadro de dor epigástrica intermitente, intensa, sem irradiação e com meses de evolução. O estudo efectuado em ambulatório, que incluiu ecografia abdominal, TC toraco-abdominal e endoscopia digestiva alta não revelou alterações. Durante este período a doente realizou várias terapêuticas farmacológicas, que não demonstraram eficácia no alívio dos sintomas álgicos. Aproximadamente 10 meses após o início dos sintomas, a doente foi internada por episódio de dor associada a alteração das provas de função hepática (bilirrubina total 2xN / ALT 8xN / FA 2xN). Realizou colangiorressonância que não evidenciou alterações relevantes (fig.1). Figura 1 – Colangiorressonância Efectuada ecoendoscopia, que diagnosticou um cálculo de 5 mm na porção distal da via biliar principal (seta, fig. 2), que se apresentava ligeiramente dilatada, com diâmetro máximo de 8 mm (fig. 3) Figuras 2 e 3 – Ecoendoscopia Seguidamente à ecoendoscopia, procedeu-se à CPRE. Nesta, não foram patentes defeitos de preenchimento no colangiograma, tendo sido realizado esfincterotomia e passagem de balão, com saída de lama biliar. A doente manteve seguimento em consulta externa, encontrando-se assintomática 12 meses após o procedimento. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS O caso apresentado pretende ser exemplificativo das dificuldades dos métodos imagiológicos convencionais (ecografia abdominal e TC convencional) do diagnóstico de coledocolítiase, particularmente quando não se verifica litíase vesicular concomitante. Neste caso em particular, a pequena dimensão do cálculo (Uma estratégia diagnóstica de coledocolitíase baseada na ecoendoscopia permite evitar um número significativo de CPRE’s, diminuindo assim as complicações e os […]